quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Crónica de Helena Ferreira (Convidado nº7)

AlinaNestes vinte e alguns anos como Juiz, presenciei grandes alterações no mundo da Ginástica Rítmica. A queda da antiga União Soviética, deu origem a vários países, o que contribuiu significativamente para o aumento do nível e evolução da modalidade.

Uma das grandes revoluções para coreografias inesquecíveis foi a utilização de música com vários instrumentos, e mais tarde a introdução de palavras e voz. Lembro-me ainda, de nas competições internacionais estar um pianista que acompanhava as ginastas ao vivo, as músicas embora diferentes, ao fim de alguns exercícios tornavam-se todas iguais para quem assistia.
 
Na minha opinião acho que de ciclo para ciclo, a dificuldade corporal tem vindo a ganhar um peso muito grande na nota final, em detrimento da técnica de aparelho. Na era da “campeonissima” Kabaeva a rítmica mais parecia um espetáculo de contorcionismo.
 
Desagrada-me ver um grande exercício a nível de expressão corporal, facial e com uma excelente relação música movimento, ter uma nota substancialmente mais baixa, do que uma ginasta perfeita a nível de dificuldades corporais, boa na execução, mas……
 
Para melhor sintetizar o meu pensamento temos de um lado o 1º e o 2º lugar deste último mundial, e do outro lado uma Rizatdinova, Melitina, Miteva, ou Maskimenko.
 
Passaram mais de vinte anos, mas ainda tenho na retina os soberbos exercícios de maças da Panova, onde perdeu o titulo olímpico por queda de aparelho fora do praticável em Seul 88, a Carmen Acedo em bola nos JO de Barcelona em 92, ou de Maria Petrova nos CM Alicante 93 em arco ou em fita. Exercícios recheados de recepções difíceis e originais.
 
Poderá ser uma visão um pouco saudosista, mas que me continua a dar um prazer infinito ver estes "velhos" exercícios, dá!!!!!

Outubro 2014
Helena Ferreira

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